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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Lowell Johnson (1920-2012)

Lowell Johnson (1920-2012): Há cerca de 20 anos atrás, quando preparava um curso de aprofundamento sobre o Convénio, tive necessidade de encomendar um livro sobre o assunto. Intitulava-se The Eternal Covenant, e era escrito Lowell Johnson, um Bahá’í residente na África do Sul. Um ano depois tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o autor, numa Convenção Internacional. Passados tantos anos, não me lembro das palavras que trocámos na altura; mas a imagem do senhor de cabelo Editar HTMLbranco e sorriso jovial ficou sempre na minha memória.

Na última semana, o site oficial dos Bahá’ís dos EUA anunciou que Lowell Johnson falecera em Joanesburgo, África do Sul, em 25 de Abril de 2012, poucos dias antes de seu 92º aniversário.

Nascido em 1920 em Ethan, Dakota do Sul (EUA), Lowell cresceu nas áreas de Mitchell e Spearfish. Como um sargento do Exército dos EUA, recebeu uma Estrela de Bronze pelo serviço como operador de rádio na Segunda Guerra Mundial. Mais tarde alargou a sua experiência de rádio com um diploma de mestre pela Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois.

Em 1949, quando ensinava escrita para rádio na Universidade de Siracusa (Nova Iorque), Lowell descobriu e abraçou a Fé Bahá’í. Tornou-se imediatamente um divulgador entusiasta da Fé, e nos anos seguintes serviu em diversas comissões Bahá’ís e ainda na comissão de supervisão da Escola Bahá’í de Green Acre.

Em 1952 casou-se com Edith Segen, e começara a estudar a possibilidade de se mudarem para outro país com o objectivo de ajudar o desenvolvimento da Fé, em resposta a um apelo de Shoghi Effendi. No ano seguinte mudaram-se como pioneiros Bahá’ís para a Cidade do Cabo, África do Sul.

Alguns meses depois, Lowell conseguiu o seu primeiro emprego numa emissora de rádio. Nas três décadas seguintes, na Cidade do Cabo e, mais tarde, em Joanesburgo, tornou-se conhecido como locutor da South African Broadcasting Corporation em programas de jazz e artes dramáticas.

No início de sua presença na África do Sul, Shoghi Effendi transmitiu instruções de que o ensino e o desenvolvimento da Fé na África do Sul devia se concentrar nos africanos, através de actividades cuidadosas e discretos.

Edith Johnson escreveu mais tarde que, como as leis do apartheid e da sociedade branca impediam reuniões inter-raciais, isso significava uma "vida dupla" para o Johnsons e outros pioneiros americanos e europeus. Edith e Lowell escolheram lugares para morar, onde amigos africanos, "mestiços" e curiosos podiam ir e vir atraindo pouca ou nenhuma atenção dos vizinhos brancos. Ela descreveu esses encontros como tranquilos e alegre, em quartos forrados com pesadas cortinas.

A partir de 1962, Lowell foi eleito para a Assembléia Espiritual Nacional da África do Sul. Serviu nessa instituição durante 33 anos consecutivos, a maior parte do tempo como secretário. Nos primeiros anos, a área de acção dessa Assembleia estendia-se a vários países.

Ao longo dos anos, viajou muito para promover a fé, bem como ajudar a formar e consolidar comunidades Bahá’ís na África Austral e Ocidental. Tinha por hábito encorajar outros Bahá’ís a ir para a África do Sul, temporária ou permanentemente, para apoiar as actividades da Fé. Mantinha correspondência, partilhava oportunidades de emprego e ajudava as pessoas a estabelecerem-se após a sua chegada.

Também visitava frequentemente a América do Norte, investindo tempo a inspirar e educar muitas comunidades locais, incluindo algumas na sua terra natal, Dakota do Sul.

Escreveu vários livros sobre temas Bahá'ís, alguns dos quais foram publicados em todo o mundo. Entre estes encontram-se The Eternal Covenant, sobre a força unificadora central da Fé; Remember My Days, uma história da vida de Bahá'u'lláh, escrita para os jovens; e Reginald Turvey / Vida e Arte, sobre um artista que também foi fundador da comunidade Bahá’í da África do Sul.

Num ensaio escrito em 1970, Lowell apresentou a sua perspectiva Bahá’í sobre o relacionamento pessoal com o Criador:
"Cada parte do mundo tem o seu próprio modo de vida, que pode - ou não - basear-se na virtude. Mas quando uma pessoa se muda para um novo local onde o modo de vida é diferente, ele encontra novos padrões de moralidade e acção, e ele é forçado a decidir entre o antigo e o novo. É então que ele deve procurar a sua alma para descobrir o que é a verdade. E pode descobrir que não se conhece suficientemente bem para fazer a escolha certa. Em seguida, as falhas começam a aparecer...

"Tudo o que vem de Deus é bom; portanto, Deus não semeou falhas dentro de nós. Esta veio de alguma experiência, ou foi ensinado por alguém. Ou talvez seja o outro lado de uma virtude que ainda não foi desenvolvida. Mas, a maneira de descobrir é orar e meditar - especialmente meditar. Compare-se... as acções actuais com os padrões mantidos por Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá. Pouco um pouco a pessoa vai começar a conhecer-se melhor, e a virtude crescerá."

Numa mensagem de homenagem dirigida à Assembleia Espiritual Nacional da África do Sul, a Casa Universal de Justiça escreveu: "Ficámos consternados ao saber do falecimento do amado Lowell Johnson. As suas quase seis décadas de serviço como um promotor inflexível da Causa em toda a África Austral são lembradas com profunda gratidão. A sua dedicação à Causa de Deus, a devoção ao Convénio, o amor por África e seus povos, o entusiasmo pelo ensino, mais de trinta anos como membro da sua Assembleia Espiritual Nacional, e grandes esforços para documentar a história dos primeiros anos da Fé na região, são um testamento duradouro de uma vida de serviço consagrado."

Adeus, Lowell.
Encontramo-nos no Reino de Abhá!

atom

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