---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá'í do Brasil <ascom@bahai.org.br>
Data: 30 de setembro de 2011 17:18
Assunto: [Release] Desmond Tutu e José Ramos-Horta unem-se para pedir pela libertação dos educadores bahá’ís
Para:
De: Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá'í do Brasil <ascom@bahai.org.br>
Data: 30 de setembro de 2011 17:18
Assunto: [Release] Desmond Tutu e José Ramos-Horta unem-se para pedir pela libertação dos educadores bahá’ís
Para:
Desmond Tutu e José Ramos-Horta unem-se para pedir pela libertação dos educadores bahá’ís
As observações de Desmond Tutu, Arcebispo Anglicano Emérito da Cidade do Cabo (África do Sul), e de José Ramos-Horta, presidente do Timor Leste, aparecem numa carta aberta à comunidade acadêmica publicada hoje no “Huffington Post”, sob o título ‘A guerra do Irã contra o conhecimento’.
Na carta, os dois pedem ao governo iraniano para libertar incondicionalmente e suspender as acusações contra os sete bahá’ís que estão sendo julgados no Irã devido às suas atividades educacionais.
“O progresso da humanidade nos últimos séculos foi alimentado, mais do que qualquer outro fator, pelo crescente acesso à informação, pelo rápido intercâmbio de ideias e, na maior parte do mundo, pela educação universal”, escrevem eles.
“Portanto, é particularmente chocante que, em pleno século vinte e um, déspotas e ditadores empenhem-se em subjugar suas próprias populações por meio da negativa de acesso à educação ou à informação ao seu povo.
“Essa estratégia não é apenas fútil no longo prazo, mas também os faz parecerem temerosos da própria época em que vivem, assombrados pelos novos pensadores em seu meio.”
“Talvez, o mais evidente exemplo desse temor hoje seja a negativa de acesso à educação superior aos membros da Fé Bahá’í no Irã – uma religião pacífica que não possui agenda política, e que reconhece a unidade das religiões”, diz a carta.
Julgamentos
A publicação da carta aberta coincidiu com o recebimento de informações de que tiveram início os julgamentos dos sete educadores bahá’ís no Irã. Eles foram detidos por causa de uma iniciativa informal da comunidade conhecida como Instituto Bahá’í de Ensino Superior (BIHE), que deu aos professores bahá’ís – impedidos pelo governo iraniano de exercerem suas profissões – a oportunidade de ensinar aos membros jovens da comunidade que são impedidos de frequentar a universidade.
“As pessoas presas não são líderes políticos nem religiosos”, observam o arcebispo Tutu e o presidente Ramos-Horta em sua carta. “Atuavam como palestrantes em assuntos que incluíam contabilidade e odontologia, e hoje enfrentam a perspectiva de décadas de prisão. O crime de que são acusados: oferecer educação à juventude bahá’í.”
A Comunidade Internacional Bahá’í recebeu informações de que seis dessas sete pessoas – que foram detidas após ataques em maio último a cerca de 39 casas de bahá’ís ligados ao BIHE – estão agora sendo julgadas em duplas.
“O próprio advogado que estava preparando a defesa deles está agora na prisão; soube-se que dois dos prisioneiros tiveram audiências na corte no domingo (25); dois compareceram na segunda-feira e outros dois na terça. O sétimo indivíduo aparentemente foi julgado na semana passada”, informou Iradj Eghrari, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil.
“Tudo indica que não podemos esperar um julgamento honesto”, acrescentou ele.
Iradj expressou a gratidão dos bahá'ís brasileiros e da Comunidade Internacional Bahá’í ao arcebispo Tutu e ao presidente Ramos-Horta.
“Somos muito gratos a eles – bem como a todos os governos, organizações e pessoas de boa vontade em todo o mundo, cujos esforços transmitiram às autoridades iranianas uma mensagem clara de que suas ações estão sendo cuidadosamente observadas e condenadas”, disse ele.
Expulsos devido às suas crenças
A carta aberta enfatiza também a condição de outros jovens iranianos que foram expulsos de universidades “devido às suas crenças ou por defenderem pontos de vista contrários ao partido no poder, incluindo visões a favor de reformas no país”.
“Acreditamos que é importante reconhecer que estas ações não são resultado nem têm origem na fé islâmica. Um breve olhar sobre a Idade das Trevas da Europa ou sobre a Inquisição Espanhola bastam para demonstrar que os Aiatolás do Irã certamente não são os primeiros a usar a religião como pretexto para tentar, à força, suprimir ideias e conhecimentos que temem ameaçar seu poder. As ricas tradições filosóficas e artísticas do Irã, as contribuições dos eruditos iranianos no mundo todo e as ações dos membros da comunidade islâmica que ajudaram a apoiar o BIHE dão testemunho de que as ações de seus líderes não refletem a fé islâmica ou o pensamento dos inúmeros muçulmanos de boa vontade existentes na comunidades iranianas”, diz a carta.
“E embora acreditemos que tanto historicamente como no mundo ‘conectado’ de hoje é inútil suprimir a busca do conhecimento, há muitos no Irã cujas vidas estão sendo ameaçadas ou prejudicadas por esta tentativa.
“Eles precisam do nosso apoio.”
Entre outras demandas, Desmond Tutu e José Ramos-Horta conclamam a comunidade acadêmica a registrar, junto a seus contrapartes iranianos, sua discordância e desaprovação em relação a qualquer política que impeça o acesso à educação superior com base na religião ou posição política dos indivíduos.
Condenação mundial
O protesto internacional diante da perseguição aos educadores bahá’ís no Irã abarcou o mundo nos últimos quatro meses, desde Austrália até a Zâmbia.
O teólogo e filósofo brasileiro Leonardo Boff tem levantado o assunto em suas postagens no Twitter. Na mais recente, que data de 26 de setembro, ele diz: "Há 300 mil bahá'ís no Irã, religião das mais ecumênicas. No Irã são perseguidos, presos, impedidos de ir às universidades por não serem muçulmanos." Em uma outra publicação na mesma data, complementa: "No Brasil, há cerca de 120 mil bahá'ís. Participam da cultura e no diálogo inter-religioso. Precisamos mostrar solidariedade a eles e aos do Irã".
Em 5 de setembro, a Baronesa Catherine Ashton – Alta Representante da União Europeia para Assuntos Internacionais – expressou sua “séria preocupação” sobre o ataque ao BIHE.
Três dias antes, o Ministro de Relações Exteriores do Canadá, John Baird, disse que as detenções de colaboradores do BIHE “baseiam-se em acusações infundadas de conspiração contra a segurança nacional. O Instituto provê valiosos serviços educacionais para a comunidade bahá’í, que é impedida do acesso à educação superior no Irã.”
No dia 4 de abril, o deputado federal Luiz Couto, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, expressou no Plenário da Câmara dos Deputados do Brasil sua preocupação e indignação diante do caso no dia 4 de abril. “O Congresso Nacional, a sociedade brasileira e os demais países precisam demonstrar seu apoio à comunidade bahá'í”, reforçou ele.
Os sete educadores bahá’ís em julgamento são: Vahid Mahmoudi e Kamran Mortezaie que, segundo informações, foram julgados no domingo; Mahmoud Badavam e Nooshin Khadem, cujo julgamento estava marcado para segunda-feira; e Ramin Zibaie e Riaz Sobhani, que estavam na lista de audiências de terça-feira. Há informações de que Farhad Sedghi teria sido julgado no dia 20 de setembro.
(com informações do Bahá'í World News Service)
Dois Prêmios Nobel – Desmond Tutu, Arcebispo Anglicano Emérito da
Cidade do Cabo, e José Ramos-Horta, Presidente do Timor Leste – que se uniram
ao clamor global contra a perseguição enfrentada pelos educadores bahá'ís no Irã.
(Créditos fotográficos: esq. UN Photo/Jean-Marc Ferre; dir. UN Photo/Ky Chung)
BRASÍLIA, 27 de setembro de 2011 – Enquanto vários educadores bahá’ís são julgados no Irã, dois laureados com o Prêmio Nobel criticam severamente o governo iraniano, comparando suas ações à “Idade das Trevas na Europa”, ou à “Inquisição Espanhola”.Cidade do Cabo, e José Ramos-Horta, Presidente do Timor Leste – que se uniram
ao clamor global contra a perseguição enfrentada pelos educadores bahá'ís no Irã.
(Créditos fotográficos: esq. UN Photo/Jean-Marc Ferre; dir. UN Photo/Ky Chung)
As observações de Desmond Tutu, Arcebispo Anglicano Emérito da Cidade do Cabo (África do Sul), e de José Ramos-Horta, presidente do Timor Leste, aparecem numa carta aberta à comunidade acadêmica publicada hoje no “Huffington Post”, sob o título ‘A guerra do Irã contra o conhecimento’.
Na carta, os dois pedem ao governo iraniano para libertar incondicionalmente e suspender as acusações contra os sete bahá’ís que estão sendo julgados no Irã devido às suas atividades educacionais.
“O progresso da humanidade nos últimos séculos foi alimentado, mais do que qualquer outro fator, pelo crescente acesso à informação, pelo rápido intercâmbio de ideias e, na maior parte do mundo, pela educação universal”, escrevem eles.
“Portanto, é particularmente chocante que, em pleno século vinte e um, déspotas e ditadores empenhem-se em subjugar suas próprias populações por meio da negativa de acesso à educação ou à informação ao seu povo.
“Essa estratégia não é apenas fútil no longo prazo, mas também os faz parecerem temerosos da própria época em que vivem, assombrados pelos novos pensadores em seu meio.”
“Talvez, o mais evidente exemplo desse temor hoje seja a negativa de acesso à educação superior aos membros da Fé Bahá’í no Irã – uma religião pacífica que não possui agenda política, e que reconhece a unidade das religiões”, diz a carta.
Julgamentos
A publicação da carta aberta coincidiu com o recebimento de informações de que tiveram início os julgamentos dos sete educadores bahá’ís no Irã. Eles foram detidos por causa de uma iniciativa informal da comunidade conhecida como Instituto Bahá’í de Ensino Superior (BIHE), que deu aos professores bahá’ís – impedidos pelo governo iraniano de exercerem suas profissões – a oportunidade de ensinar aos membros jovens da comunidade que são impedidos de frequentar a universidade.
“As pessoas presas não são líderes políticos nem religiosos”, observam o arcebispo Tutu e o presidente Ramos-Horta em sua carta. “Atuavam como palestrantes em assuntos que incluíam contabilidade e odontologia, e hoje enfrentam a perspectiva de décadas de prisão. O crime de que são acusados: oferecer educação à juventude bahá’í.”
A Comunidade Internacional Bahá’í recebeu informações de que seis dessas sete pessoas – que foram detidas após ataques em maio último a cerca de 39 casas de bahá’ís ligados ao BIHE – estão agora sendo julgadas em duplas.
“O próprio advogado que estava preparando a defesa deles está agora na prisão; soube-se que dois dos prisioneiros tiveram audiências na corte no domingo (25); dois compareceram na segunda-feira e outros dois na terça. O sétimo indivíduo aparentemente foi julgado na semana passada”, informou Iradj Eghrari, representante da Comunidade Bahá’í do Brasil.
“Tudo indica que não podemos esperar um julgamento honesto”, acrescentou ele.
Iradj expressou a gratidão dos bahá'ís brasileiros e da Comunidade Internacional Bahá’í ao arcebispo Tutu e ao presidente Ramos-Horta.
“Somos muito gratos a eles – bem como a todos os governos, organizações e pessoas de boa vontade em todo o mundo, cujos esforços transmitiram às autoridades iranianas uma mensagem clara de que suas ações estão sendo cuidadosamente observadas e condenadas”, disse ele.
Expulsos devido às suas crenças
A carta aberta enfatiza também a condição de outros jovens iranianos que foram expulsos de universidades “devido às suas crenças ou por defenderem pontos de vista contrários ao partido no poder, incluindo visões a favor de reformas no país”.
“Acreditamos que é importante reconhecer que estas ações não são resultado nem têm origem na fé islâmica. Um breve olhar sobre a Idade das Trevas da Europa ou sobre a Inquisição Espanhola bastam para demonstrar que os Aiatolás do Irã certamente não são os primeiros a usar a religião como pretexto para tentar, à força, suprimir ideias e conhecimentos que temem ameaçar seu poder. As ricas tradições filosóficas e artísticas do Irã, as contribuições dos eruditos iranianos no mundo todo e as ações dos membros da comunidade islâmica que ajudaram a apoiar o BIHE dão testemunho de que as ações de seus líderes não refletem a fé islâmica ou o pensamento dos inúmeros muçulmanos de boa vontade existentes na comunidades iranianas”, diz a carta.
“E embora acreditemos que tanto historicamente como no mundo ‘conectado’ de hoje é inútil suprimir a busca do conhecimento, há muitos no Irã cujas vidas estão sendo ameaçadas ou prejudicadas por esta tentativa.
“Eles precisam do nosso apoio.”
Entre outras demandas, Desmond Tutu e José Ramos-Horta conclamam a comunidade acadêmica a registrar, junto a seus contrapartes iranianos, sua discordância e desaprovação em relação a qualquer política que impeça o acesso à educação superior com base na religião ou posição política dos indivíduos.
Condenação mundial
O protesto internacional diante da perseguição aos educadores bahá’ís no Irã abarcou o mundo nos últimos quatro meses, desde Austrália até a Zâmbia.
O teólogo e filósofo brasileiro Leonardo Boff tem levantado o assunto em suas postagens no Twitter. Na mais recente, que data de 26 de setembro, ele diz: "Há 300 mil bahá'ís no Irã, religião das mais ecumênicas. No Irã são perseguidos, presos, impedidos de ir às universidades por não serem muçulmanos." Em uma outra publicação na mesma data, complementa: "No Brasil, há cerca de 120 mil bahá'ís. Participam da cultura e no diálogo inter-religioso. Precisamos mostrar solidariedade a eles e aos do Irã".
Em 5 de setembro, a Baronesa Catherine Ashton – Alta Representante da União Europeia para Assuntos Internacionais – expressou sua “séria preocupação” sobre o ataque ao BIHE.
Três dias antes, o Ministro de Relações Exteriores do Canadá, John Baird, disse que as detenções de colaboradores do BIHE “baseiam-se em acusações infundadas de conspiração contra a segurança nacional. O Instituto provê valiosos serviços educacionais para a comunidade bahá’í, que é impedida do acesso à educação superior no Irã.”
No dia 4 de abril, o deputado federal Luiz Couto, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, expressou no Plenário da Câmara dos Deputados do Brasil sua preocupação e indignação diante do caso no dia 4 de abril. “O Congresso Nacional, a sociedade brasileira e os demais países precisam demonstrar seu apoio à comunidade bahá'í”, reforçou ele.
Os sete educadores bahá’ís em julgamento são: Vahid Mahmoudi e Kamran Mortezaie que, segundo informações, foram julgados no domingo; Mahmoud Badavam e Nooshin Khadem, cujo julgamento estava marcado para segunda-feira; e Ramin Zibaie e Riaz Sobhani, que estavam na lista de audiências de terça-feira. Há informações de que Farhad Sedghi teria sido julgado no dia 20 de setembro.
(com informações do Bahá'í World News Service)