Banhos de sol:
Vovô Climaco
Vovô morava numa casa dentro do nosso quintal. Era um quintal colorido e com muita sombra. Havia goiabeiras e um pé de romã esquecido lá no fundo. Também havia rosas, begônias e jasmins, e o vento espalhava o perfume dessas flores que entrava na casa.
Vovô gostava de sentar no batente do portão para tomar sol, pela manhã. Esse portão ficava numa das laterais da casa e dava para uma rua onde passavam muitas pessoas.
Vovô era um velhinho magro de olhos pequenos e muito azuis, barba comprida e bem branquinha. Tinha eczemas nas pernas que adquirira nas matas, quando era mais moço. Naquele tempo os ferimentos demoravam a cicatrizar deixando suas marcas, pois não havia os remédios de hoje, que cicatrizam rápido e sem deixar vestígios.
Ele era um velhinho bem tranqüilo e depois que passou a tomar esses banhos de sol passou a ficar mais alegre, e meus pais ficavam bastante satisfeitos em ver que ele estava bem. Passado algum tempo, ele entrega a minha mãe uma saco cheio de dinheiro trocado dizendo que era pra ajudar nas despesas da casa.
Mamãe pergunta onde ele achara tanto trocadinho e ele explica que a maioria das pessoas que passava na rua sempre o cumprimentava, outras paravam pra uma prosa, mas tinham aquelas que costumavam deixar moedas no seu chapéu... o que muito lhe agradava, pois não imaginava que aos noventa anos poderia ganhar dinheiro só por tomar banhos de sol..
O nome do meu avô era João Clímaco, mas todos o chamavam de Climáco.
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