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sábado, 8 de novembro de 2014

Sabiá III - Cecília Meireles

Sabiá III - Cecília Meireles: "
E é de novo madrugada, Sabiá. Semana sobre semana, tu, que cantas, serás sempre o mesmo que ouço, encantada? Sabiá, recolho todos os ais da tua voz sobre-humana, - mas não sei por onde vais! E não sei, pois não te avisto, Sabiá, Mas, embora te avistasse, não te reconheceria. E eu, quem sou? por onde existo? Sabiá, não se encontrarão jamais tua voz, e minha face, quase sobrenaturais... Por quantos remotos dias, Sabiá, nossos vagos descendentes repetirão este jogo, com suas alegorias? Sabiá, de que servem tais sinais? Que anúncios clarividentes podem ter vozes mortais?

***************************************************O encanto da poesia de Cecíla Meireles, sempre permanente.
Smplesmente Sônia Maria
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