Na seca inclemente no nosso Nordeste O sol é mais quente e o céu, mais azul E o povo se achando sem chão e sem veste Viaja à procura das terras do Sul Porém quando chove tudo é riso e festa O campo e a floresta prometem fartura Escutam-se as notas alegres e graves Dos cantos das aves louvando a natura Alegre esvoaça e gargalha o jacu Apita a nambu e geme a juriti E a brisa farfalha por entre os verdores Beijando os primores do meu Cariri De noite notamos as graças eternas Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes Na copa da mata os ramos embalam E as flores exalam suaves perfumes Se o dia desponta vem nova alegria A gente aprecia o mais lindo compasso Além do balido das lindas ovelhas Enxames de abelhas zumbindo no espaço E o forte caboclo da sua palhoça No rumo da roça de marcha apressada Vai cheio de vida sorrindo e contente Lançar a semente na terra molhada Das mãos deste bravo caboclo roceiro Fiel prazenteiro modesto e feliz É que o ouro branco sai para o processo Fazer o progresso do nosso país Cordel de Patativa do Assaré
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