Enquanto uma carta aberta dos Bahá’ís do Egito, apelando a uma reflexão nacional sobre o futuro do país desperta grande interesse, os debates semelhantes entre os egípcios de 100 anos atrás foram recuperados em um livro intitulado Abbas Effendi e recentemente publicado. Esta obra, de autoria de Suheil Bushrui, professor da Universidade de Maryland, apresenta a história de 'Abdu'l-Bahá a um público moderno de língua árabe, em grande parte desconhecedor do Seu legado para a sociedade.
O livro está disponível em edição impressa e também para download a partir do blog Baha'i Faith in Egypt.Durante a Sua estadia em Alexandria, entre Setembro de 1910 e Agosto de 1911, 'Abdu’l-Bahá fez contato com os egípcios de todas as áreas da sociedade sobre os princípios fundamentais necessários para a construção de uma sociedade pacífica e próspera.
'Eu pensei que era importante apresentar 'Abdu’l-Bahá não necessariamente como um líder religioso', disse o professor Bushrui, 'mas como uma grande mente, que foi capaz de transmitir uma compreensão da importância da religião num momento em que civilização materialista predominava na Europa e na América, e o mundo muçulmano era subjugado por ambições políticas e outras.'
'Devo dizer - mesmo para mim que tenho sido bahá’í durante toda a minha vida - que ao escrever este livro me tornei muito mais consciente da personalidade única de 'Abdu’l-Bahá e do Seu enorme sucesso na promoção do diálogo cultural e religioso entre os mundos do Oriente e do Ocidente', acrescentou o professor Bushrui.
O livro já recebeu elogios de pensadores árabes contemporâneos, cuja simpatia por 'Abdu’l-Bahá ecoa a dos seus homólogos de há um século atrás.
Edmund Ghareeb, um especialista em assuntos do Oriente Médio reconhecido internacionalmente, descreveu o livro como 'um trabalho pioneiro e altamente informativo.' Segundo o Dr. Ghareeb , 'Abbas Effendi é uma obra incrivelmente cuidadosa e informativa, que faz uma importante contribuição para o conhecimento do Oriente Médio num período crucial da sua história moderna, e aumenta consideravelmente o nosso conhecimento sobre este reformador único...'
Numa crítica publicada no jornal libanês As-Safir, o autor Mahmud Shurayh salientou como 'Abdu'l-Bahá 'não via nenhum constrangimento em ensinar as mensagens de Cristo e Maomé nas sinagogas judaicas, a mensagem de Maomé nas igrejas cristãs e a mensagem da religião em encontros ateístas, porque ele viu na união do ocidente e oriente um portal para um mundo novo onde reinariam a unidade, a justiça e a paz.'
O conhecido poeta libanês Henri Zoghaib comentou que 'Abdu'l-Bahá foi o primeiro a iniciar um diálogo sério entre as religiões. E acrescentou: 'Com este livro descobri a natureza dos ensinamentos que 'Abdu'l-Bahá divulgou sobre a unidade de oriente e ocidente, e da Sua mensagem apelando à unicidade das religiões.'
Admiradores proeminentes
Aos 66 anos de idade - e estando livre para viajar depois de uma vida como prisioneiro e exilado - 'Abdu’l-Bahá chegou ao Egito para descansar um mês, mas acabou por ficar um ano inteiro por motivos de saúde. No entanto, Ele acreditava que tinha uma missão especial a realizar no Egito, observa o professor Bushrui. 'Primeiramente, revivificar a verdade e pureza da fé religiosa - fosse muçulmano ou cristão. E seguidamente, reunir Oriente e o Ocidente.'
Numerosos egípcios proeminentes, incluindo o último Kediva do Egito e Sudão - Hilmi Abbas Pasha - mostravam uma reverência especial pelo líder da Fé Bahá'í. 'O jurista e estudioso Muhammad Abduh também admirava muito 'Abdu'l-Bahá e escreveu-Lhe uma carta', conta o professor Bushrui. 'Quando a ler, pode ver que é de alguém que reconheceu que 'Abdu'l-Bahá tinha uma luz divina especial no seu coração e mente.'
May Rihani - sobrinha de Ameen Rihani, o pai fundador da literatura árabe-americana e outro dos admiradores de 'Abdu'l-Bahá - descreveu o livro Abbas Effendi, como uma 'dádiva para a humanidade'. 'Nós precisamos da voz 'Abdu'l-Bahá mais do que nunca nestes atuais tempos de turbulência, de fanatismo religioso, de incompreensões entre as culturas do mundo, e de fácil disposição para o confronto', comentou a Sra. Rihani.
Um século depois, os ecos da voz de 'Abdu’l-Bahá podem ser ouvidos na carta aberta dos bahá'ís egípcios de hoje aos seus concidadãos. A carta afirma que a aceitação do princípio da unicidade da humanidade 'exige uma profunda reavaliação de cada um ou nossas próprias atitudes, valores e relações com os outros - e, por fim, uma transformação no coração do homem'.
"
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários que contribuam para melhorar o BLOG,Mensagens similares,voltadas para o bem-estar humano.
paz,unidade,educacao,cidadania,familia,espiritualidade,direitoshumanos,bahai