26/10/2011 11:11:48
Documento exibe campanha de mídia do Irã que difama Comunidade Bahá’í
Na última sexta-feira (21), a Comunidade Internacional Baháí publicou um relatório que documenta e analisa a campanha sistemática da mídia do Irã contra a minoria religiosa que conta com 300 mil membros no país. Mais de 400 itens da imprensa e mídia durante o período de 16 meses foram evidenciados por falsas acusações, terminologia incitante, e imagens repugnantes que difamam e demonizam a Fé Baháí. Confira a íntegra do documento aqui. “Esta propaganda anti-bahá’í é chocante em seu volume e veemência, em sua amplitude e sofisticação” disse Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá’í nas Nações Unidas. “Tudo é cinicamente calculado para incitar oposição contra uma comunidade religiosa pacífica, cujos membros estão contribuindo para o bem-estar da sociedade em geral”, disse ela. Com o título “Incitação ao Ódio: campanha da mídia do Irã para demonizar os bahá’ís”, as principais conclusões do relatório são: – a propaganda anti-baháí origina-se e é sancionada pelos mais altos níveis de liderança do país, incluindo o Supremo Líder, Ayatollah Ali Khamenei, que há um ano proferiu um discurso altamente discriminatório na cidade sagrada de Qom; – a campanha despreza leis e normas internacionais de direitos humanos, incluindo uma resolução de jurisprudência aprovada ainda este ano no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que especificamente condena e combate os estereótipos e incitamento ao ódio a minorias religiosas. – os bahais são estigmatizados como estrangeiros em seu próprio país e como inimigos do Islã, de uma maneira claramente planejada para provocar a sensibilização dos muçulmanos xiitas do Irã; – a campanha tem por objetivo desviar a atenção das reivindicações pela democracia no Irã, usando os bahá’ís como “bode expiatório” de todos os propósitos – e, ao fazer isso, reputa aqueles que se opõem ao governo, bem como os defensores de direitos humanos, como bahá’ís, “como se fosse o mais hediondo dos crimes”. – as autoridades difundem teorias de conspiração absurdas, dizendo, inclusive, que radiodifusoras estrangeiras, em particular a British Broadcasting Corporation (BBC) e a Voz da América (VOA), são controladas ou estão sob influência dos bahá’ís por relatarem violações de direitos humanos no Irã; “Os diferentes conteúdos desses ataques demonstram o tremendo esforço e empenho de recursos pela República Islâmica a este tema”, diz o relatório. “Muitos ataques são baseados em distorções grosseiras da história bahá’í; alguns tentam estratégias de culpabilidade por associação, misturando bahá’ís com grupos com os quais não tem qualquer relação – tais como ‘Satanistas” ou a polícia secreta do Xá; há ainda outros que empregam a tática de associar os bahá’ís a ‘oponentes’ do regime, o que permite ao governo desacreditar tanto os bahá’ís como seus oponentes de uma só vez. A campanha faz um amplo uso da internet e frequentemente usa imagens que retratam os bahá’ís como cruéis demônios de Israel. Bani Dugal disse que a demonização da comunidade bahá’í do Irã é uma questão que merece a atenção de governos, instituições legais internacionais, e pessoas honestas de toda parte. “A campanha não só viola claramente a lei internacional de direitos humanos”, disse ela, “mas também contradiz a antiga alegação diante das Nações Unidas e em outras ocasiões de que o Irã estaria trabalhando para apoiar medidas que proíbam ou condenem o discursos de ódio contra religiões ou adeptos religiosos.” “Os paralelos entre a campanha de propaganda anti-bahá’í no Irã de hoje e outras campanhas anti-religiosas patrocinadas pelo estado no passado são inegáveis. A história mostra que tais campanhas estão entre os principais prognósticos da atual violência contra minorias religiosas – ou, no pior dos casos, precursores de genocídio. “É tempo de se dizer ao Irã que tão notórias violações da lei e normas internacionais não podem ser toleradas”, disse a Sra. Dugal. Mídia brasileira e a violação dos direitos humanos no Irã A Folha de São Paulo, no dia 8 de outubro, fez referência a carta aberta assinada pelo brasileiro Leonardo Boff, juntamente com outros 43 filósofos e teólogos de 15 países, em defesa a comunidade baháí do Irã. O teor da carta é de condenação, particularmente, ao recente ataque das autoridades iranianas a iniciativa informal da perseguida Comunidade Bahá’í – conhecida como Instituto Bahá’í para Educação Superior (BIHE). Sete professores voluntários baháís foram presos em maio de 2011 e condenados a quatro a cinco anos de prisão cada um, de acordo com informações recebidas das famílias no Irã. Eles foram detidos pelo governo por terem ligação com uma iniciativa informal e sem fins lucrativos conhecida como Instituto Bahá’í de Educação Superior - BIHE, depois da série de arrombamentos a 39 casas diretamente associadas à instituição de ensino. Após as prisões, as atividades realizadas pelos colaboradores do BIHE foram declaradas ilícitas pelo governo iraniano. Dois dos indivíduos, Vahid Mahmoudi e Kamran Mortezaie, foram condenados cada um a cinco anos de prisão. Os professores Ramin Zibaie, Mahmoud Badavam e Farhad Sedghi, o consultor Riaz Sobhani, e o auxiliar Nooshin Khadem foram sentenciados a quatro anos de prisão. O advogado Abdolfattah Soltani, que estava se preparando para defender esses indivíduos juntamente com sua equipe, foi preso inesperadamente no dia 10 de setembro. Reconhecido por ser um dos maiores defensores de direitos humanos no Irã e por seu trabalho como co-fundador do Centro de Defensores dos Direitos Humanos no Irã – em parceria com a prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi – Soltani já foi preso em outras ocasiões ao defender prisioneiros de consciência.
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