Na cidade de Semnan(Irão), a perseguição dos Bahá’ís locais assume contornos singulares e alarmantes. A hostilidade persistente é bem patente na vigilância cerrada por parte das agências de segurança do Estado, nos discursos de ódio de funcionários administrativos, nas humilhações de crianças Bahá’ís, e em actos de vandalismo contra o cemitério Bahá'í.
Desde 2009 registaram-se dezenas de ataques contra um número considerável de Bahá'ís em Semnan; estes têm sido realizados por funcionários governamentais, grupos semi-oficiais e agentes à paisana. Pelo menos 30 pessoas foram presas, estando agora várias a cumprir longas penas de prisão; residências particulares e estabelecimentos comerciais têm sido alvo de ataques incendiários, e inúmeras empresas de propriedade de Bahá’ís foram encerradas pelas autoridades.
"Parece que em Semnan as autoridades iranianas estão a oprimir os Bahá'ís com uma intensidade particular, através da mobilização e coordenação de elementos oficiais e semi-oficiais", afirmou Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá'í nas Nações Unidas. "Estes elementos incluem vários gabinetes e departamentos governamentais, polícia, tribunais, autoridades locais, e o clero."
"Esta abordagem coordenada é ao mesmo tempo singular e alarmante. O seu objectivo é fortalecer cada vez mais a política definida há muito tempo de bloquear o progresso e o desenvolvimento dos Bahá’ís ", disse ela.
Estabelecimento Comercial de Bahá'ís selado pelas autoridades |
O número de ataques contra os Bahá’ís de Semnan aumentou de forma desproporcionada após uma série de seminários e reuniões anti-Bahá'ís amplamente divulgados, que tiveram lugar na cidade em 2008 e 2009. Posteriormente, 20 famílias Bahá’ís viram as suas residências ser alvo de rusgas, em que foram apreendidos materiais Bahá’ís, computadores e telemóveis. Nove pessoas dessas famílias foram detidas, com base em acusações inteiramente falsas, relacionadas apenas com a prática da Fé Bahá’í.
Desde 2009, cerca de 26 Bahá’ís de Semnan foram condenados a penas que totalizam mais de 70 anos de prisão. Oito encontram-se actualmente presos a cumprir penas que variam entre os seis meses e os seis anos; outro Bahá’í, depois de ter estado preso, cumpre agora uma pena de exílio interno; quatro foram libertados sob fiança enquanto aguardam julgamento; oito foram condenados mas aguardam o resultado de um recurso, antes de começar a cumprir a pena. Muito outros têm sido interrogados.
Cemitério Bahá'í de Semnan após vandalismo |
Bani Dugal notou, contudo, que, apesar da propaganda de ódio anti-Bahá'í disseminada na cidade, a maioria dos cidadãos de Semnan aparentemente não tem qualquer má vontade contra os Bahá'ís, e muitos relacionam-se com eles. "Na verdade, os Bahá’ís têm muitos muçulmanos como parentes e amigos próximos", declarou.
"A situação deve ser cuidadosamente analisada por todos aqueles que procuram restabelecer o devido processo legal e o respeito pelos direitos humanos no Irão. Estes ataques levados a cabo por elementos semi-oficiais ou agentes à paisana reflectem mais uma tentativa insidiosa por parte do governo iraniano para desrespeitar os padrões internacionais de justiça, sem chamar a atenção para si próprio."
"Apelamos a todos os governos para que condenem a flagrante violação dos direitos humanos no Irão, direitos que estão estabelecidos em tratados internacionais de que o Irão é signatário".
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Sobre este assunto:
The Baha'is of Semnan: A community under fire (BWNS)
The Baha'is of Semnan - A Case Study in Religious Hatred
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