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terça-feira, 12 de julho de 2011

Conferência académica examina "estigmatização" dos bahá'ís iranianos

Conferência académica examina "estigmatização" dos bahá'ís iranianos: "Intelectuais iranianos, muitos deles vindos de destacadas universidades de nível mundial, reuniram-se em Toronto, Canadá, para uma conferência académica, sobre a perseguição aos Bahá'ís no Irão. O evento teve lugar de 1 a 3 de Julho e foi a primeira grande conferência académica numa universidade de topo, com este objectivo. Intitulada “Estigmatização Intelectual e a Questão Bahá'í no Irão”, a conferência analisou as formas que as autoridades iranianas têm utilizado para excluírem os Bahá'ís da vida social, política, cultural e intelectual, apresentando-os como estranhos na sua própria terra - um processo conhecido como “estigmatização”. “Esta conferência não é uma conferência de intelectuais Bahá'ís”, disse o seu principal organizador Mohamad Tavakoli. “É um esforço para compreender o uso da repressão na história moderna do Irão e como a “estigmatização” dos Bahá'ís se transformou num mecanismo de mobilização de massas para a legitimação do Estado e para a criação de uma ideologia político-religiosa.” O Dr. Tavakoli - um conhecido estudioso do Irão e do Médio Oriente, da Universidade de Toronto - afirmou que a ideia para a conferência lhe surgiu como resultado da sua investigação sobre o patamar a que chegaram vários grupos iranianos, usando a retórica anti-Bahá'í, que faz dos Bahá'ís o bode expiatório, para ganharem poder político, tanto no passado como no presente.
O Prof. Ramin Jahanbegloo falou da importância de incluir a questão Bahá'í em qualquer esforço futuro de reconciliação Nacional
Dentro deste quadro, as palestras e os trabalhos - apresentados por estudiosos de diversas origens, tais como o ateísmo, bahá’í, cristianismo, humanismo, islamismo e judaísmo - abrangeram um vasto leque de análises: desde os esforços iniciais para vilipendiar os Bahá'ís, pintando-os como agentes colonialistas dos britânicos e dos russos, até às técnicas de propaganda moderna que, por exemplo, caracterizavam falsamente os Bahá’ís iranianos como fazendo parte de um culto que usa técnicas de “lavagem ao cérebro” para roubar crianças muçulmanas. Shahram Kholdi, uma doutouranda da Universidade de Manchester, em Inglaterra, descreveu como os clérigos têm usado histórias escritas e orais, muitas vezes utilizando linguagem indireta, para demonizar os Bahá'ís, desde a Revolução de 1979, e que, na sua maior parte, são desconhecidas no Ocidente. 'Os Bahá'ís são apresentados frequentemente como agentes estrangeiros' - declarou - explicando que os Bahá’ís são descritos como parte de uma força externa por trás das medidas opressivas do regime Pahlavi. 'Então eles usam os Bahá’ís para legitimar a sua própria história revolucionária.' Homa Katouzian, professor de Estudos Orientais da Universidade de Oxford, disse que os políticos também têm utilizado frequentemente pogroms contra os Bahá’ís por razões políticas, e relatou um incidente passado em 1924, quando numa manifestação anti-Bahá'í foi morto o vice-cônsul americano no Irão. Os Bahá'ís foram “o alvo preferencial”, disse ele. Paralelismo Histórico Vários oradores fizeram comparações entre a opressão dos Bahá’ís iranianos, sob a República Islâmica, e a outros esforços históricos para mostrarem um determinado grupo religioso ou étnico como estranhos - algo que muitas vezes levou a grandes pogroms. O pai de Rhoda Howard-Hassmann - um professor de direitos humanos na Universidade Wilfrid Laurier, no Canadá - era um refugiado judeu que fugiu da Alemanha nazi. O Professor Howard-Hassmann – disse - ouviu, na conferência, as descrições sobre os abusos contra os Bahá’ís e disse que todas elas lhe eram demasiado familiares. “A conversa da profanação de túmulos, as teorias da conspiração, a acusação de que eles são um culto que está roubando as crianças - tudo isso são características de retaliação extremas, se não for pré-genocídio”, disse ela. “Este é um fenómeno político, causado por um regime e pela sua manipulação das convicções políticas. Não é algo que simplesmente exista entre o povo.” Ahmad Karimi-Hakkak, professor de estudos persas da Universidade de Maryland, examinou a destruição dos lugares sagrados e das propriedades Bahá’ís, no Irão. Enumerou uma longa lista de locais Bahá’ís que foram destruídos - desde centros de aldeias Bahá'ís, nos finais do século XIX até à Casa do Báb, um dos locais mais sagrados no mundo, para os Bahá'ís, que foi arrasado por turbas incitadas por clérigos muçulmanos, pouco depois da Revolução Islâmica. O Professor Karimi-Hakkak comparou estas demolições aos ataques a outros grandes locais religiosos como, por exemplo, os Budas de Bamiyan, no Afeganistão, dizendo que o seu propósito era, muitas vezes, para afirmar o poder das maiorias sobre as minorias, e para colocar as minorias na categoria de o “outro”. Quando um crente xiita destrói edifícios ou sepulturas, disse ele é para “demonstrarem que as minorias religiosas lhes devem obedecer e que não têm poder para proteger os seus lugares sagrados ou as sepulturas que reverenciam.” Outros palestrantes fizeram referências a pogroms contra os arménios otomanos e contra os cristãos ortodoxos na Rússia Soviética. Relevância Contemporânea Os participantes consideraram que a relevância da “questão Bahá'í” pode ser extrapolada para questões mais amplas de intolerância religiosa e repressão política em todo o mundo, podendo-se aprender as lições com a experiência Bahá’í. E que acreditavam que o caso Bahá'í exemplifica a opressão crescente que está a ser sentida por todos os iranianos, especialmente no que respeita à repressão que se seguiu à eleição presidencial de 2009. Isso levou muitos iranianos comuns a simpatizarem e a identificarem-se com os Bahá’ís - acrescentaram.
O Prof. Ramin Jahanbegloo falando no início da Conferência
Reza Afshari, professor de história na Pace University, de Nova York, disse: ”Eu acho que as atrocidades cometidas contra os Bahá’ís estão a ser registadas de forma intuitiva e incluídas entre os casos mais significativos de violações dos direitos humanos no Irão”, “No passado, isso levou a um crescente reconhecimento de que os direitos humanos são importantes e que as suas violações são subprodutos do governo autoritário do país e da cultura da intolerância, mediada por intrusões directas dos mullahs xiitas na esfera da política nacional.” Ramin Jahanbegloo - professor de Ciências Políticas da Universidade de Toronto, que passou quatro meses de prisão na República Islâmica do Irão - falou sobre a importância de incluir a questão Bahá'í em qualquer esforço futuro de reconciliação nacional. Comparou esse processo com o que aconteceu na África do Sul, dizendo que o primeiro passo na reconstrução de um futuro no Irão seria perdoar – em vez de esquecer. No que a isto respeita, disse ele, seria importante “trazer à luz os episódios escuros” da vida coletiva do Irão, como a perseguição aos Bahá’ís. “Perdão não quer dizer esquecimento”, disse ainda. A conferência terminou com uma palestra pelo famoso advogado de direitos humanos iraniana Abdol-Karim Lahidji, que examinou vários instrumentos jurídicos internacionais que podem ser usados para protecção contra o tipo de discriminação que foi tema da reunião. O Dr. Lahidji falou ousadamente sobre a necessidade dum maior respeito pelos direitos humanos no Irão - e a necessidade de conceder aos Baha'is plenos direitos de cidadania. 'Liberdade de consciência, liberdade de crença, liberdade de religião - e não ser obrigado a acreditar em qualquer religião - tem de ser reconhecida', disse ele, salientando a importância da defesa apaixonada dos direitos humanos e das vítimas de discriminação, sejam eles membros do seu próprio grupo ou não. 'Se os direitos das outras pessoas são violados, temos que também defendê-los. Esta é a luta de cada um de nós', disse ele. --------------------- FONTE: Academic conference explores 'othering' of Iranian Baha'is (BWNS)
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SÔNIA....

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