Quando o físico e sociólogo australiano Duncan Watts escreveu seu best-seller ‘Seis graus de separação: a evolução da ciência de redes em
Se Watts andasse por Belo Horizonte, provavelmente reorganizaria um pouco seus cálculos, porque por aqui o negócio está mais pra Dois Graus de Separação. Se eu não te conheço diretamente, não vai demorar nadinha para descobrirmos alguém em comum, ou no máximo um parente ou amigo de alguém que nós dois conhecemos. São quase 2.5 milhões de pessoas no perímetro urbano, mais de 5 milhões se incluirmos a região metropolitana, mas no final das contas o esporte mais comum nesta cidade, quando duas pessoas se conhecem, é descobrir como elas estão conectadas.
E você pode abandonar Belo Horizonte, não faz diferença, a regra não muda. A Ana estava lá no canto dela em Portugal, chegou aqui no blog de clique em clique, descobrimos que temos amigos em comum e ela estudou francês junto com a minha mãe. Meu pai foi apresentado a um professor no Texas que tinha conhecido meu avô no interior de Minas na década de 40/50. Meu amigo estava num albergue em Munique batendo papo com um carioca, sei lá pra onde foi a conversa mas o moço perguntou se por acaso ele conhecia a Mônica, deu alguns detalhes, meu amigo disse que sim. O carioca é meu primo. O amigo francês de um super amigo meu passou férias no Brasil e a namorada mineira alugou uma casa na praia, cuja dona é americana e trabalhou comigo num projeto na Inglaterra há muitos anos. Sem contar que às vezes eu me pego xeretando a página de Facebook dos amigos e me espanto: mas como é que a Fulana e o Beltrano se conhecem? É porque Belo Horizonte é um ovo de codorna.
Tá, eu sei, claro, que isso não é assim tão generalizável. A gente costuma circular por determinados lugares, tende a conhecer gente de certos grupos e, se pararmos pra pensar, o mesmo deve acontecer com gente em qualquer lugar do mundo. O que é interessante por aqui é a frequência com que identificamos imediatamente uma conexão com alguém aparentemente fora do nosso contato e quão rapidamente fazemos uso dessas perguntas para estabelecermos essas redes. Eu fico imaginando se em outros lugares a coisa funciona do mesmo jeito…
Filed under: comportamento, cotidiano Tagged: Belo Horizonte, comportamento, cotidiano, seis graus de separação
*************************************************************************Gostei da análise..No nordeste é assim também.. Penso que isto acontece onde pessoas conversam, identificam-se.... Conexões humanas são fortes se colocadas em ação..No sul, parece que o povo se expõe menos..
Um faTo interessante: num voo, de Curitiba para Londrina, tinha uma família com um filho pequeno, que me atraiu pela seu jeito, lembrando meu filho menor (hoje sou avó) e comecei então uma conversa..Não é que o pai da criança, era de Taubaté onde trabalhei pela primeira vez como Enfermeira e conhecia alguém (a quem eu tinha muito respeito e foi importante na minha vida profissional) e começamos a falar dos tempos vividos por lá....Naquele vôos , véspera de Natal, haviam se passado mais de 35 anos, sobre que o medico, aquele amigo e apoiador no meu inicio de carreira, tinha falecido naquela noite em Taubaté.... O coração sentiu, mas pensei uma pessoa de coração de anjo, eu tinha esta noticia voando numa noite de véspera de Natal... Se eu fosse uma pessoa fechada, introspectiva n´~ao haveria conexão.... Obrigada pela matéria. Concordando com você, há uma conexão provavelmente maior que a citada- a do coração e alma... Mas o povo hoje não fala, como conectar-se com o coração? Sõnia
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