Ouvir Hafez na Mesquita Azul:
Hafez foi um poeta sufi que cantou o amor há mais de 700 anos e é ainda hoje uma das personagens mais queridas dos iranianos. A primeira vez que o percebi estava há pouco mais de 24 horas em terras da antiga Pérsia e visitava a mesquita azul, em Tabriz.
Enquanto olhava para os mosaicos originais recuperados das ruínas deixadas por um terramoto no século XVIII, um casal jovem acerca-se de mim e cumprimenta-me. Seguem-se as habituais perguntas e quando lhes digo o itinerário que pretendo fazer, o rapaz diz-me: "Em Shiraz não deves perder o túmulo de Hafez, o nosso mais importante poeta".
Nos guias vem escrito que todos os iranianos conhecem trabalhos do poeta e por isso pego na deixa e pergunto-lhe: "Conheces algum poema de Hafez?". O rapaz sorri, concentra-se e recita, calmamente, deixando o ritmo do poema enlear-nos. Deixo invadir-me pelo som das palavras em farsi a ecoar nas paredes da mesquita.
Aurélio Buarque da Holanda traduziu para português a poesia de Hafez, como este:
O Sorriso
*******************************************************************************
cLIQUE NO LINK ACIMA PARA VER O AUTOR DO BLOG- sÕNIA
Hafez foi um poeta sufi que cantou o amor há mais de 700 anos e é ainda hoje uma das personagens mais queridas dos iranianos. A primeira vez que o percebi estava há pouco mais de 24 horas em terras da antiga Pérsia e visitava a mesquita azul, em Tabriz.
Enquanto olhava para os mosaicos originais recuperados das ruínas deixadas por um terramoto no século XVIII, um casal jovem acerca-se de mim e cumprimenta-me. Seguem-se as habituais perguntas e quando lhes digo o itinerário que pretendo fazer, o rapaz diz-me: "Em Shiraz não deves perder o túmulo de Hafez, o nosso mais importante poeta".
Nos guias vem escrito que todos os iranianos conhecem trabalhos do poeta e por isso pego na deixa e pergunto-lhe: "Conheces algum poema de Hafez?". O rapaz sorri, concentra-se e recita, calmamente, deixando o ritmo do poema enlear-nos. Deixo invadir-me pelo som das palavras em farsi a ecoar nas paredes da mesquita.
Aurélio Buarque da Holanda traduziu para português a poesia de Hafez, como este:
O Sorriso
"Uma destas noites, um sábio me falou: ‘É preciso conheceres o segredo daquele que nos vende o vinho.'
E ainda: ‘Não leves nada a sério. O mundo carrega de enormes fardos aqueles que dobram a cerviz.'
Depois, estendeu-me uma taça onde o esplendor do céu se refletia tão vivamente que Zuhra se pôs a dançar:
'Filho, segue o meu conselho; não te inquietes com as noites deste mundo. Guarda as minhas palavras: elas são mais raras do que as pérolas'
'Aceita a vida como aceitas essa taça, de sorriso nos lábios, ainda que o coração esteja a sangrar. Não gemas como um alaúde; esconde as tuas chagas
Até o dia em que passares por trás do véu, nada compreenderás. Não podem ouvidos humanos ouvir a palavra do anjo
Na casa do amor, não te envaideças das tuas perguntas, nem da resposta'.
Vinho, ó Saki, mais vinho: as loucuras de Hafiz foram compreendidas pelo Senhor da alegria, Aquele que perdoa, Aquele que esquece." *******************************************************************************
cLIQUE NO LINK ACIMA PARA VER O AUTOR DO BLOG- sÕNIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários que contribuam para melhorar o BLOG,Mensagens similares,voltadas para o bem-estar humano.
paz,unidade,educacao,cidadania,familia,espiritualidade,direitoshumanos,bahai