Israel e Irã: Uma história de amor?: Quando a guerra entre Israel e Irã parecia iminente, o designer gráfico israelense Ronny Edry compartilhou um cartaz no Facebook de si mesmo e de sua filha com uma mensagem corajosa: "Iranianos ... nós [coração] vocês."
Outros israelenses rapidamente criaram seus próprios cartazes com a mesma mensagem e iranianos responderam da mesma forma. O simples ato de comunicação inspirou surpreendentes comunidades no Facebook como "Israel adora o Irã", "O Irã ama Israel" e até mesmo "Palestina ama Israel."
Ronny Edry de Israel acidentalmente criado um movimento on-line para a paz no Oriente Médio, quando ele postou uma imagem no Facebook que declarava:
No dia 14 de Março deste ano (2012), Eu postei este poster no Facebook. Esta é uma foto minha e da minha filha segurando a bandeira de Israel. Eu vou tentar explicar pra vocês sobre o contexto do porquê e de quando eu postei.
Alguns dias atrás, eu estava sentado esperando na fila do supermercado, e o dono dele e um de seus clientes estavam conversando, e o dono estava explicando para o cliente que 10.000 mísseis seriam lançados em Israel. E o cliente disse: "Não, vão ser 10.000 mísseis por dia". (Risos)
"10.000 mísseis". Esse é o contexto. É onde estamos atualmente em Israel. Nós temos esta guerra por vir com o Irã já fazem 10 anos e temos pessoas com medo, sabe. É como se todo ano fosse o último minuto em que nós pudéssemos fazer algo sobre a guerra com o Irã. É tipo, se não agirmos agora, será tarde para sempre, já fazem 10 anos.
Então, em um dado ponto isso se tornou pra mim, sabe, eu sou um designer gráfico, então eu fiz um poster sobre isso e publiquei esse último que acabei de mostrar. Na maioria das vezes eu faço posteres e os publico no Facebook, meus amigos curtem, não curtem, na maioria das vezes eles não curtem, não compartilham, não nada, e aí já é outro dia. Então eu fui dormir, já tinha dado o que tinha que dar pra mim. E mais tarde naquela noite, eu acordei porque sempre acordo no meio da noite, e eu passei pelo meu computador e vi um monte destes pontos vermelhos, sabe, no Facebook, que eu nunca tinha visto antes. (Risos) E eu estava tipo, "O que está acontecendo?" Então eu fui pro computador e comecei a olhar e de repente vi muitas pessoas conversando comigo, a maioria delas eu não conhecia, e algumas delas eram do Irã, o que é... Como assim?! Porque, vocês precisam entender, em Israel nós não conversamos com pessoas do Irã. Nós não conhecemos pessoas do Irã. Tipo, no Facebook, você só tem amigos de -- tipo, seus vizinhos são seus amigos no Facebook. E agora pessoas do Irã estavam falando comigo.
Então eu comecei a responder a esta garota, e ela estava me contando que ela viu o poster e chamou a sua família pra ver, porque eles não têm um computador, ela chamou a sua família pra ver o poster, e todos eles estavam sentados chorando na sala-de-estar.
Então eu estava tipo, uau. Eu chamei minha esposa, e disse pra ela, você tem que ver isso. Pessoas estão chorando, e ela veio, leu o texto, e começou a chorar. E todo mundo está chorando agora. (Risos)
Então eu não sabia o que fazer, logo meu primeiro reflexo, como um designer gráfico, foi, você sabe, mostrar a todo mundo o que eu tinha acabado de ver, e as pessoas começaram a ver e a compartilhar, e foi assim que tudo começou. No dia seguinte, quando o poster ficou realmente famoso, eu falei pra mim mesmo, e minha esposa me falou, "eu também quero um poster", e essa daqui é ela. (Risos) Já que está funcionando, me ponha num poster agora.
Mas sério agora, eu estava tipo, ok, esses deram certo, mas não eram sobre mim, eram sobre pessoas de Israel que queriam dizer algo. Então vou fotografar todas pessoas que conheço, se elas quiserem, e eu vou colocá-las num poster e vou compartilhá-lo.
Então eu fui até meus vizinhos e amigos e estudantes e eu só pedi, me deem uma foto, vou fazer um poster. E foi assim que começou. E foi assim que, de verdade, foi desencadeado, porque de repente as pessoas do Facebook, amigos e outras, simplesmente entenderam que elas podem fazer parte disso. Não é só um cara fazendo um poster, é... nós podemos ser parte disso. Então elas começaram a me mandar fotos e me pediam, "Faça um poster meu. Publique-o". Diga aos iranianos que nós de Israel também os amamos." Isso se tornou, você sabe, em certo momento foi muito, muito intenso. Digo, eram tantas fotos, então eu pedi a amigos que viessem, designers gráficos em sua maioria, pra fazer posteres comigo, porque eu não tinha tempo. Foi uma quantidade enorme de fotos. Então, por alguns dias, minha sala-de-estar ficou assim.
E nós recebemos posteres israelenses, fotos israelenses, mas também muitos comentários, muitas mensagens do Irã. E pegamos estas mensagens e fizemos posteres delas, porque eu conheço as pessoas: elas não leem, elas veem figuras. Se for uma imagem, elas devem ler.
Então aqui estão algumas delas.
("Você é meu primeiro amigo Israelense. Eu espero que nós ambos nos livremos de nossos políticos idiotas, enfim, prazer em te conhecer!")
("Eu amo esse azul. Eu amo esta estrela. Eu amo esta bandeira.") Esse aí é muito comovente pra mim porque é a história de uma garota que cresceu no Irã e tinha que passar por uma bandeira israelense pra entrar na sua escola toda manhã, e agora que ela viu o poster que estávamos enviando, ela começou -- ela disse que mudou de ideia, e agora ela ama aquele azul, ela ama aquela estrela, e ela ama aquela bandeira, falando sobre a bandeira israelense, e ela desejou que nós nos conhecêssemos e viéssemos visitar um ao outro, e isso só alguns dias depois de eu ter publicado o primeiro poster.
No dia seguinte, iranianos começaram a responder com seus próprios posteres. Eles têm designers gráficos. Quê? (Risos) Loucura, loucura. Então vocês podem ver que eles ainda estavam tímidos, não queriam mostrar seus rostos, mas eles queriam espalhar a mensagem. Eles queriam responder. Queriam dizer a mesma coisa. Enfim. E agora temos comunicação. É uma história de duas mãos. São israelenses e iranianos enviando a mesma mensagem, um para o outro.
("Meus amigos israelenses. Eu não os odeio. Eu não quero guerra.")
Isso nunca aconteceu antes, e esses são dois povos supostamente inimigos, nós estamos à beira de uma guerra, e de repente pessoas no Facebook começam a dizer, "Eu gosto deste cara. Eu amo estes caras." E isso se tornou grandioso em certo momento.
E depois se tornou notícia. Porque quando você vê o Oriente Médio, você vê somente as más notícias e, de repente, havia algo acontecendo que eram boas notícias. Então os caras das notícias, eles disseram, "Ok, vamos falar sobre isso." E eles simplesmente vieram, e foi demais,
eu me lembro um dia, Michal, ela estava conversando com o jornalista, e ela lhe perguntou, "Quem vai ver o programa?" E ele disse "Todo mundo".
E ela disse, "Todo mundo onde, na Palestina? Israel? Quem é todo mundo?" "Todo mundo."
Disseram, "Síria?" "Síria."
"Líbano?" "Líbano." Uma hora, ele disse, "40 milhões de pessoas vão assistir a você hoje. Todo mundo." Os chineses. Nós estávamos só começando a história.
Aconteceu uma coisa doida também. Toda vez que um país começava a falar sobre isso, como Alemanha, EUA, qualquer lugar, uma página no Facebook aparecia com o mesmo logo com as mesmas histórias, então, no início, nós tínhamos "Irã-ama-Israel", que é um iraniano sentado em Teerã, dizendo, "Ok, Israel ama o Irã? Eu te dou um Irã-ama-Israel." Tem Palestina-ama-Israel. Tem do Líbano, há alguns dias atrás. E toda esta lista de páginas no Facebook dedicadas à mesma mensagem, de pessoas enviando seu amor, uma para a outra.
No momento que eu realmente entendi que algo estava acontecendo, um amigo meu me disse, "Procure no Google a palavra 'Israel'." E estas foram as primeiras imagens nestes dias que apareciam no Google quando você digitava "Israel" ou "Irã". Nós realmente mudamos a forma como as pessoas olhavam para o Oriente Médio. Porque vocês não estão no Oriente Médio. Você está em algum lugar, e aí você quer ver o Oriente Médio, então você vai no Google e busca "Israel", e eles te mostram as coisas ruins. E por alguns dias, você tinha estas imagens. Hoje a página Israel-ama-Irã tem esse número, 80.831 curtidas e 2 milhões de pessoas foram na página e compartilharam, curtiram, sei lá, comentaram em suas fotos.
Então por 5 meses até agora, isso que nós estamos fazendo, eu, Michal, alguns amigos, estamos só fazendo imagens. Estamos mostrando uma nova realidade só por fazer estas imagens porque é assim que o mundo nos percebe. Eles veem imagens de nós, e eles veem más imagens. Então estamos trabalhando em fazer boas imagens. Fim da história.
Olhe esta. Essa é a página Irã-ama-Israel. Essa não é a Israel-ama-Irã. Essa não é a minha página. Essa é de um cara em Teerã no Dia da Memória dos soldados Israelenses mortos colocando uma imagem de um soldado israelense em sua página. Esse é o inimigo. O quê?
("Nossas sinceras condolências às famílias que perderam seus entes queridos no ataque de terror na Bulgária")
E isso está acontecendo em ambos os sentidos. Assim, nós estamos mostrando respeito, um ao outro. E nós estamos nos entendendo. E mostrando compaixão. E nos tornando amigos. E, em um dado ponto, vocês se tornam amigos no Facebook, e se tornam amigos na vida. Você pode sair e viajar e conhecer pessoas. Eu estive em Munique algumas semanas atrás. Fui lá pra abrir uma exposição sobre o Irã e lá eu me encontrei com pessoas da página que me disseram, "Ok, você vai estar na Europa, eu estou indo. Eu estou indo da França, da Holanda, da Alemanha" e, claro, pessoas de Israel foram, e nós nos encontramos lá pela primeira vez na vida real. Eu conheci pessoas que eram pra ser meus inimigos pela primeira vez. E nós nos cumprimentamos com apertos de mãos, e tomamos um café e tivemos uma bela discussão, e conversamos sobre comida e basquete. E acabou assim. Vocês se lembram daquela imagem do início? Em um dado ponto nós nos conhecemos na vida real, e nos tornamos amigos.
E também ocorre no sentido oposto. Uma garota que nós conhecemos no Facebook que nunca tinha vindo a Israel, nascida e criada no Irã, mora na Alemanha, com medo de israelenses por causa do que ela sabe de nós, decidiu depois de alguns meses conversando na Internet com alguns israelenses, vir a Israel, e tomou o avião e chegou a Ben Gurion e disse, "Ok, não foi lá grande coisa."
Então há algumas semanas, a tensão começou a crescer, assim que começamos esta nova campanha chamada "Não estamos preparados pra morrer na sua guerra." Quer dizer, é mais ou menos a mesma mensagem, mas queríamos adicionar certa agressividade nela. E, de novo, uma coisa maravilhosa aconteceu, uma coisa que não aconteceu na primeira parte da campanha. Agora, pessoas do Irã, as mesmas que estavam tímidas no início da primeira campanha e que só mandaram, sabe, seus pés e metade de seus rostos, agora elas estavam enviando seus rostos, e dizendo "Ok, sem problemas, nós estamos nessa também. Nós estamos juntos." Só vejam de onde estes caras são. E pra cada cara em Israel, a gente tinha um cara do Irã. Só pessoas enviando suas fotos. Loucura, né?
Então -- (Aplausos)
Então você deve estar se perguntando, quem é esse cara?
Meu nome é Ronny Edry, eu tenho 41 anos, sou de Israel, eu sou pai de duas crianças, sou marido, e sou um designer gráfico. Eu estou ensinando design gráfico. E eu não sou tão ingênuo, porque muitas vezes eu fui perguntado, muitas vezes, "É, mas, isso é muito ingênuo.. mandar flores uns para os outros, quer dizer --"
Eu estive no serviço militar. Estive na equipe de paraquedistas por 3 anos, e eu sei como é visto do chão. Sei como pode parecer horrível. Então, pra mim, isso é a coisa corajosa a se fazer, tentar alcançar o outro lado antes que seja tarde demais, porque quando for tarde demais, vai ser tarde demais. E às vezes a guerra é inevitável, às vezes, mas talvez, com esforço, nós podemos evitá-la. Talvez como pessoas, porque especialmente em Israel nós estamos em uma democracia. Nós temos liberdade de expressão, e talvez esta coisinha possa mudar algo. E de verdade, nós podemos ser nossos próprios embaixadores. A gente pode simplesmente enviar mensagens e esperar pelo melhor.
Então eu gostaria de pedir a Michal, minha esposa, pra vir comigo no palco só pra fazer uma foto com vocês, porque é tudo sobre imagens. E talvez esta imagem nos ajude a mudar algo. Só levantem isso. Exatamente. E eu só vou tirar uma foto disso, e vou simplesmente postá-la no Facebook tipo "Israelenses pela paz" ou algo assim.
Oh, meu Deus. Não chore.
Obrigado, pessoal. (Aplausos)
[Via BBA]
Outros israelenses rapidamente criaram seus próprios cartazes com a mesma mensagem e iranianos responderam da mesma forma. O simples ato de comunicação inspirou surpreendentes comunidades no Facebook como "Israel adora o Irã", "O Irã ama Israel" e até mesmo "Palestina ama Israel."
Ronny Edry de Israel acidentalmente criado um movimento on-line para a paz no Oriente Médio, quando ele postou uma imagem no Facebook que declarava:
Iranianos, nós nunca vamos bombardear o seu país.
No dia 14 de Março deste ano (2012), Eu postei este poster no Facebook. Esta é uma foto minha e da minha filha segurando a bandeira de Israel. Eu vou tentar explicar pra vocês sobre o contexto do porquê e de quando eu postei.
Alguns dias atrás, eu estava sentado esperando na fila do supermercado, e o dono dele e um de seus clientes estavam conversando, e o dono estava explicando para o cliente que 10.000 mísseis seriam lançados em Israel. E o cliente disse: "Não, vão ser 10.000 mísseis por dia". (Risos)
"10.000 mísseis". Esse é o contexto. É onde estamos atualmente em Israel. Nós temos esta guerra por vir com o Irã já fazem 10 anos e temos pessoas com medo, sabe. É como se todo ano fosse o último minuto em que nós pudéssemos fazer algo sobre a guerra com o Irã. É tipo, se não agirmos agora, será tarde para sempre, já fazem 10 anos.
Então, em um dado ponto isso se tornou pra mim, sabe, eu sou um designer gráfico, então eu fiz um poster sobre isso e publiquei esse último que acabei de mostrar. Na maioria das vezes eu faço posteres e os publico no Facebook, meus amigos curtem, não curtem, na maioria das vezes eles não curtem, não compartilham, não nada, e aí já é outro dia. Então eu fui dormir, já tinha dado o que tinha que dar pra mim. E mais tarde naquela noite, eu acordei porque sempre acordo no meio da noite, e eu passei pelo meu computador e vi um monte destes pontos vermelhos, sabe, no Facebook, que eu nunca tinha visto antes. (Risos) E eu estava tipo, "O que está acontecendo?" Então eu fui pro computador e comecei a olhar e de repente vi muitas pessoas conversando comigo, a maioria delas eu não conhecia, e algumas delas eram do Irã, o que é... Como assim?! Porque, vocês precisam entender, em Israel nós não conversamos com pessoas do Irã. Nós não conhecemos pessoas do Irã. Tipo, no Facebook, você só tem amigos de -- tipo, seus vizinhos são seus amigos no Facebook. E agora pessoas do Irã estavam falando comigo.
Então eu comecei a responder a esta garota, e ela estava me contando que ela viu o poster e chamou a sua família pra ver, porque eles não têm um computador, ela chamou a sua família pra ver o poster, e todos eles estavam sentados chorando na sala-de-estar.
Então eu estava tipo, uau. Eu chamei minha esposa, e disse pra ela, você tem que ver isso. Pessoas estão chorando, e ela veio, leu o texto, e começou a chorar. E todo mundo está chorando agora. (Risos)
Então eu não sabia o que fazer, logo meu primeiro reflexo, como um designer gráfico, foi, você sabe, mostrar a todo mundo o que eu tinha acabado de ver, e as pessoas começaram a ver e a compartilhar, e foi assim que tudo começou. No dia seguinte, quando o poster ficou realmente famoso, eu falei pra mim mesmo, e minha esposa me falou, "eu também quero um poster", e essa daqui é ela. (Risos) Já que está funcionando, me ponha num poster agora.
Mas sério agora, eu estava tipo, ok, esses deram certo, mas não eram sobre mim, eram sobre pessoas de Israel que queriam dizer algo. Então vou fotografar todas pessoas que conheço, se elas quiserem, e eu vou colocá-las num poster e vou compartilhá-lo.
Então eu fui até meus vizinhos e amigos e estudantes e eu só pedi, me deem uma foto, vou fazer um poster. E foi assim que começou. E foi assim que, de verdade, foi desencadeado, porque de repente as pessoas do Facebook, amigos e outras, simplesmente entenderam que elas podem fazer parte disso. Não é só um cara fazendo um poster, é... nós podemos ser parte disso. Então elas começaram a me mandar fotos e me pediam, "Faça um poster meu. Publique-o". Diga aos iranianos que nós de Israel também os amamos." Isso se tornou, você sabe, em certo momento foi muito, muito intenso. Digo, eram tantas fotos, então eu pedi a amigos que viessem, designers gráficos em sua maioria, pra fazer posteres comigo, porque eu não tinha tempo. Foi uma quantidade enorme de fotos. Então, por alguns dias, minha sala-de-estar ficou assim.
E nós recebemos posteres israelenses, fotos israelenses, mas também muitos comentários, muitas mensagens do Irã. E pegamos estas mensagens e fizemos posteres delas, porque eu conheço as pessoas: elas não leem, elas veem figuras. Se for uma imagem, elas devem ler.
Então aqui estão algumas delas.
("Você é meu primeiro amigo Israelense. Eu espero que nós ambos nos livremos de nossos políticos idiotas, enfim, prazer em te conhecer!")
("Eu amo esse azul. Eu amo esta estrela. Eu amo esta bandeira.") Esse aí é muito comovente pra mim porque é a história de uma garota que cresceu no Irã e tinha que passar por uma bandeira israelense pra entrar na sua escola toda manhã, e agora que ela viu o poster que estávamos enviando, ela começou -- ela disse que mudou de ideia, e agora ela ama aquele azul, ela ama aquela estrela, e ela ama aquela bandeira, falando sobre a bandeira israelense, e ela desejou que nós nos conhecêssemos e viéssemos visitar um ao outro, e isso só alguns dias depois de eu ter publicado o primeiro poster.
No dia seguinte, iranianos começaram a responder com seus próprios posteres. Eles têm designers gráficos. Quê? (Risos) Loucura, loucura. Então vocês podem ver que eles ainda estavam tímidos, não queriam mostrar seus rostos, mas eles queriam espalhar a mensagem. Eles queriam responder. Queriam dizer a mesma coisa. Enfim. E agora temos comunicação. É uma história de duas mãos. São israelenses e iranianos enviando a mesma mensagem, um para o outro.
("Meus amigos israelenses. Eu não os odeio. Eu não quero guerra.")
Isso nunca aconteceu antes, e esses são dois povos supostamente inimigos, nós estamos à beira de uma guerra, e de repente pessoas no Facebook começam a dizer, "Eu gosto deste cara. Eu amo estes caras." E isso se tornou grandioso em certo momento.
E depois se tornou notícia. Porque quando você vê o Oriente Médio, você vê somente as más notícias e, de repente, havia algo acontecendo que eram boas notícias. Então os caras das notícias, eles disseram, "Ok, vamos falar sobre isso." E eles simplesmente vieram, e foi demais,
eu me lembro um dia, Michal, ela estava conversando com o jornalista, e ela lhe perguntou, "Quem vai ver o programa?" E ele disse "Todo mundo".
E ela disse, "Todo mundo onde, na Palestina? Israel? Quem é todo mundo?" "Todo mundo."
Disseram, "Síria?" "Síria."
"Líbano?" "Líbano." Uma hora, ele disse, "40 milhões de pessoas vão assistir a você hoje. Todo mundo." Os chineses. Nós estávamos só começando a história.
Aconteceu uma coisa doida também. Toda vez que um país começava a falar sobre isso, como Alemanha, EUA, qualquer lugar, uma página no Facebook aparecia com o mesmo logo com as mesmas histórias, então, no início, nós tínhamos "Irã-ama-Israel", que é um iraniano sentado em Teerã, dizendo, "Ok, Israel ama o Irã? Eu te dou um Irã-ama-Israel." Tem Palestina-ama-Israel. Tem do Líbano, há alguns dias atrás. E toda esta lista de páginas no Facebook dedicadas à mesma mensagem, de pessoas enviando seu amor, uma para a outra.
No momento que eu realmente entendi que algo estava acontecendo, um amigo meu me disse, "Procure no Google a palavra 'Israel'." E estas foram as primeiras imagens nestes dias que apareciam no Google quando você digitava "Israel" ou "Irã". Nós realmente mudamos a forma como as pessoas olhavam para o Oriente Médio. Porque vocês não estão no Oriente Médio. Você está em algum lugar, e aí você quer ver o Oriente Médio, então você vai no Google e busca "Israel", e eles te mostram as coisas ruins. E por alguns dias, você tinha estas imagens. Hoje a página Israel-ama-Irã tem esse número, 80.831 curtidas e 2 milhões de pessoas foram na página e compartilharam, curtiram, sei lá, comentaram em suas fotos.
Então por 5 meses até agora, isso que nós estamos fazendo, eu, Michal, alguns amigos, estamos só fazendo imagens. Estamos mostrando uma nova realidade só por fazer estas imagens porque é assim que o mundo nos percebe. Eles veem imagens de nós, e eles veem más imagens. Então estamos trabalhando em fazer boas imagens. Fim da história.
Olhe esta. Essa é a página Irã-ama-Israel. Essa não é a Israel-ama-Irã. Essa não é a minha página. Essa é de um cara em Teerã no Dia da Memória dos soldados Israelenses mortos colocando uma imagem de um soldado israelense em sua página. Esse é o inimigo. O quê?
("Nossas sinceras condolências às famílias que perderam seus entes queridos no ataque de terror na Bulgária")
E isso está acontecendo em ambos os sentidos. Assim, nós estamos mostrando respeito, um ao outro. E nós estamos nos entendendo. E mostrando compaixão. E nos tornando amigos. E, em um dado ponto, vocês se tornam amigos no Facebook, e se tornam amigos na vida. Você pode sair e viajar e conhecer pessoas. Eu estive em Munique algumas semanas atrás. Fui lá pra abrir uma exposição sobre o Irã e lá eu me encontrei com pessoas da página que me disseram, "Ok, você vai estar na Europa, eu estou indo. Eu estou indo da França, da Holanda, da Alemanha" e, claro, pessoas de Israel foram, e nós nos encontramos lá pela primeira vez na vida real. Eu conheci pessoas que eram pra ser meus inimigos pela primeira vez. E nós nos cumprimentamos com apertos de mãos, e tomamos um café e tivemos uma bela discussão, e conversamos sobre comida e basquete. E acabou assim. Vocês se lembram daquela imagem do início? Em um dado ponto nós nos conhecemos na vida real, e nos tornamos amigos.
E também ocorre no sentido oposto. Uma garota que nós conhecemos no Facebook que nunca tinha vindo a Israel, nascida e criada no Irã, mora na Alemanha, com medo de israelenses por causa do que ela sabe de nós, decidiu depois de alguns meses conversando na Internet com alguns israelenses, vir a Israel, e tomou o avião e chegou a Ben Gurion e disse, "Ok, não foi lá grande coisa."
Então há algumas semanas, a tensão começou a crescer, assim que começamos esta nova campanha chamada "Não estamos preparados pra morrer na sua guerra." Quer dizer, é mais ou menos a mesma mensagem, mas queríamos adicionar certa agressividade nela. E, de novo, uma coisa maravilhosa aconteceu, uma coisa que não aconteceu na primeira parte da campanha. Agora, pessoas do Irã, as mesmas que estavam tímidas no início da primeira campanha e que só mandaram, sabe, seus pés e metade de seus rostos, agora elas estavam enviando seus rostos, e dizendo "Ok, sem problemas, nós estamos nessa também. Nós estamos juntos." Só vejam de onde estes caras são. E pra cada cara em Israel, a gente tinha um cara do Irã. Só pessoas enviando suas fotos. Loucura, né?
Então -- (Aplausos)
Então você deve estar se perguntando, quem é esse cara?
Meu nome é Ronny Edry, eu tenho 41 anos, sou de Israel, eu sou pai de duas crianças, sou marido, e sou um designer gráfico. Eu estou ensinando design gráfico. E eu não sou tão ingênuo, porque muitas vezes eu fui perguntado, muitas vezes, "É, mas, isso é muito ingênuo.. mandar flores uns para os outros, quer dizer --"
Eu estive no serviço militar. Estive na equipe de paraquedistas por 3 anos, e eu sei como é visto do chão. Sei como pode parecer horrível. Então, pra mim, isso é a coisa corajosa a se fazer, tentar alcançar o outro lado antes que seja tarde demais, porque quando for tarde demais, vai ser tarde demais. E às vezes a guerra é inevitável, às vezes, mas talvez, com esforço, nós podemos evitá-la. Talvez como pessoas, porque especialmente em Israel nós estamos em uma democracia. Nós temos liberdade de expressão, e talvez esta coisinha possa mudar algo. E de verdade, nós podemos ser nossos próprios embaixadores. A gente pode simplesmente enviar mensagens e esperar pelo melhor.
Então eu gostaria de pedir a Michal, minha esposa, pra vir comigo no palco só pra fazer uma foto com vocês, porque é tudo sobre imagens. E talvez esta imagem nos ajude a mudar algo. Só levantem isso. Exatamente. E eu só vou tirar uma foto disso, e vou simplesmente postá-la no Facebook tipo "Israelenses pela paz" ou algo assim.
Oh, meu Deus. Não chore.
Obrigado, pessoal. (Aplausos)
[Via BBA]
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