Diversidade Religiosa na Tunísia: A Fé Bahá'í: O texto seguinte foi publicado no site tunisialive e é o primeiro de uma série intitulada "Pluralismo Espiritual da Tunísia" dedicada às minorias religiosas daquele país. Este texto usa a palavra "Bahaismo" para referir a Fé Bahá'í,
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Embora os membros da Fé Bahá’í digam não ser abertamente perseguidos pelo Estado tunisino, ainda assim, muitas vezes, sentem-se socialmente marginalizados e excluídos.
"Alguns colegas meus deixaram de falar comigo quando souberam que eu era Bahá’í, apesar de eu ter um bom relacionamento com eles", disse Jamal, com 63 anos, um tunisino Bahá’í que está agora reformado.
Apesar do Bahaismo ser considerado uma das religiões que hoje crescem mais rapidamente, os seus seguidores enfrentam muitas vezes a hostilidade e a perseguição, especialmente no mundo muçulmano. Um dos casos mais conhecidos tem sido o da comunidade Bahá’í no Irão, que foi massacrada pelo regime islâmico.
Na Tunísia, o Estado tolera Bahaismo e permite a sua prática, apesar de considerar esta religião como uma heresia.
"O Bahaismo não é novo na Tunísia. Já existe há mais de um século", segundo Nizar, um representante do gabinete de comunicação social Bahá’í na Tunísia. "Surgiu originalmente com Bahá’ís egípcios que visitaram a Tunísia no início do século passado".
Fundada no século XIX, o Bahaismo disseminou-se no Irão sob a orientação e liderança do Bab e Bahá'u'lláh, que os Bahá’ís consideram ser um profeta. Os Bahá’ís acreditam em todos os mensageiros que o precederam Báb e pensam que eles fundaram religiões relevantes para os seus tempos e contextos. Sendo uma religião monoteísta, a fé Bahá’í acredita na unidade espiritual da humanidade.
"A religião Bahá'í é uma religião organizada", explica Nizar. "Ela tem uma estrutura administrativa, e organiza reuniões mensais a cada 19 dias, durante o qual entoamos a Duaa e debatemos algumas questões. Também elegemos uma comissão todos os anos".
Embora não haja um censo oficial de Bahá'ís, Nizar estima que existam mais de mil na Tunísia. Acrescenta que os números têm aumentado nos últimos anos pois os tunisinos tornaram-se mais interessado por novas religiões.
Jamal afirma que não cresceu em um lar religioso; o seu pai era um ateu. Embora ele não acreditasse na religião quando era jovem, começou a ler sobre a espiritualidade e descobriu o Bahaismo.
"Fiquei impressionado pela forma como os Bahá’ís no Irão foram perseguidos e ainda continuam a resistir, sem ser violentos", disse ele. "Eles foram massacrados e ainda mantêm as suas crenças".
E prossegue: "Nós não rejeitamos o Islão. Nós acreditamos em todos os mensageiros de Deus. No entanto, as religiões evoluem e a humanidade progride. Isto é o que nos ensina Bahaismo. Chegámos a uma fase de maturidade. Precisamos de uma nova religião e novas leis.''
O Estado Tunisino não reconhece Bahaismo como religião, e embora a prática da fé seja geralmente tolerada, os membros da comunidade reportaram alguma hostilidade durante o antigo regime.
Jamal disse que foi chamado ao Ministério do Interior a cada poucos meses, onde as autoridades onde o questionavam sobre a comunidade Bahá’í.
"Quando tentei renovar meu passaporte, eles adiaram o processo e acabaram por me propor que me tornasse informador ", afirma. "É claro, eu me recusei e com a ajuda de algumas pessoas conhecidas, consegui o meu passaporte."
Nizar acrescenta: "Algumas pessoas dizem que isto não é uma religião e esta não é a nossa fé. Eles são livres para acreditar nisso. Cremos num só Deus, e em todos os profetas, apesar de tudo."
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Notícia original: Tunisia’s Spiritual Pluralism: The Baha’i Faith
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