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Jejum – revigorando as forças espirituais latentes na alma
Jejum – revigorando as forças espirituais latentes na alma
Durante 19 dias, bahá'ís por todo o globo se abstém de alimentos e bebidas, do nascer ao por-do-sol
O nascer do sol do dia 2 de março representa um momento importante na vida de milhares de bahá'ís por todo o mundo. É o início do período do jejum, realizado durante o mês Sublimidade ('Alá) – o último do calendário bahá'í.
Nas primeiras horas deste dia, a cada ano, essas pessoas se levantam para fazer sua primeira refeição do dia, realizar orações e meditações e, então, passar as próximas longas horas sem ingerir alimentos e bebidas, até que o sol volte a se por e a noite comece a derramar seu manto escuro sobre as cidades, vilarejos e áreas mais remotas. A abstinência se dá em observância a uma lei espiritual revelada por Bahá’u’lláh há mais de 160 anos.
Para além do seu componente material, o jejum tem um forte significado espiritual. Afinal, quem consegue ficar o dia inteiro sem ingerir nada tem força de vontade suficiente para tomar muitas outras decisões acerca da maneira como conduz sua vida diária. Sobre este tema, 'Abdu'l-Bahá declarou:
“Este jejum material é sinal exterior do jejum espiritual; é símbolo de auto-controle, da renúncia de todos os apetites do ego, de aquisição das características do espírito, do deixar-se dominar pelo êxtase dos sopros celestiais, e do estar aceso com o amor de Deus.”1
Os curiosos geralmente perguntam aos bahá'ís em jejum como eles conseguem obedecer a uma regra tão exigente. “As pessoas de pronto perguntam”, comenta Ceres Araújo, ‘Vocês não bebem nem água durante as 12 horas do dia?’ “Não, não tomamos nenhum líquido e nem ingerimos nenhum tipo de alimento neste período.”, afirma ela, convicta.
“Nosso organismo é assim como uma máquina. Ele precisa parar um pouco de funcionar, descansar. Nossa alma é que passa a receber, em abundância, neste período tão especial, seus alimentos necessários: orações que são como águas que revigoram as nossas vidas”, explica a mineira de Belo Horizonte, hoje moradora de Brasília (DF), que há mais de três décadas segue a lei do jejum.
Wesley Oliveira declarou sua fé em Bahá'u'lláh em 2011, e desde então vem se esforçando para familiarizar-se com as obrigações espirituais ensinadas por Ele. Este ano, o jovem de 18 anos fará o jejum pela primeira vez. “O jejum foi uma das leis que conheci mais recentemente, e eu vejo essa época do ano bahá'í como uma época de reflexão e de intensa oração, fé, devoção e respeito a Bahá’u’lláh”, comenta ele, que atualmente faz curso preparatório para o vestibular em Salvador (BA).
“Não é um período no qual se passa fome ou que se esquece do corpo, e sim um período de mudança pessoal e talvez coletiva... Confesso que estou meio tenso para o meu primeiro jejum, mas é com muito amor e dedicação que o farei, com fé, constância e firmeza”, emociona-se Wesley.
Tanto Wesley quanto Ceres relembram as palavras de Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, quando afirma que o jejum é “essencialmente um período de meditação e oração, de recuperação espiritual, durante o qual o crente deve esforçar-se para fazer os ajustes necessários na sua vida interior, e para refrescar e revigorar as forças espirituais latentes na sua alma. O seu significado e efeitos são, portanto, de natureza essencialmente espiritual.”2
As recompensas dos 19 dias de jejum – seja ele somente espiritual ou também físico – são inúmeras. “A restrição energética na dieta para cerca de 500 calorias por dia, em períodos alternados, aumenta o tempo de vida e protege o cérebro e o sistema cardiovascular contra doenças relacionadas à idade, como mal de Parkinson ou de Alzheimer”, disse o pesquisador Mark Mattson, do National Institute on Ageing (NIA), em Baltimore, nos Estados Unidos3. Outros relatos científicos indicam que o jejum pode ser um grande aliado na luta contra o câncer e o diabetes.
Entretanto, o ato de jejuar deve vir acompanhado de uma consciência espiritual e material acerca de si mesmo. Por isso, a lei bahá'í do jejum prevê algumas exceções, que compreendem pessoas menores de 15 anos e maiores de 70, indivíduos que realizam trabalhos pesados ou que apresentem questões de saúde que exijam alimentação ou ingestão de líquidos (tais como gestantes, pessoas sob medicação, entre outros).
A jovem Cibele Castro – mãe do pequeno Theo, de 24 dias – conta que este ano não poderá jejuar por causa da amamentação do bebê. “Estarei amamentando o meu primeiro filho”, diz ela. “Como todos sabem, para produzir o leite materno em quantidade suficiente para o bebê é muito importante que a lactante não faça dietas com valor calórico abaixo de suas necessidades e as leis bahá`ís, em sua sabedoria, corroboram essa necessidade”, afirma Cibele. Ela conta que pretende usar o período para refletir e se esforçar por colocar em prática atributos tais como o desprendimento, a tolerância e o amor. “É uma ótima oportunidade de procurar elevar a alma e de nos aproximar da Vontade de Deus”, acredita.
Ao final do período do jejum, os bahá'ís comemoram a chegada do Ano Novo solar com a celebração do Náw-Ruz, realizada na noite do dia 20 de março. Trata-se de uma festa que reúne bahá'ís e seus amigos para agradecer pelas bênçãos alcançadas no ano que passou e celebrar o início de uma nova etapa em seu serviço à humanidade.
Para saber mais, acesse www.bahai.org.br/jejum.
1 Seleção dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá
2 Shoghi Effendi, em Diretrizes do Guardião
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