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terça-feira, 20 de março de 2012

A Magia da Poesia: “Ouvindo Janis Joplin” e mais 4

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De: A Magia da Poesia
Data: 19 de março de 2012 21:25
Assunto: A Magia da Poesia: “Ouvindo Janis Joplin” e mais 4
Para: sonia


http://www.poesiaspoemaseversos.com.br)" target="_blank" style="color: #888; font-size: 22px; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-weight: normal; text-decoration: none;">A Magia da Poesia: “Ouvindo Janis Joplin” e mais 4


Ouvindo Janis Joplin

Posted: 19 Mar 2012 03:53 PM PDT

é preciso ver os milagres
os pequenos e próximos

(e de tempo para tal)

pois soluçamos entre quereres e sentires falsos
despedidas dos que poderia ser
saudade do que não foi

mas a certeza grita na noite
como Janis Joplin:
dançamos mais bonitos no que já é

nesse tempo de fotos que nada mostram
palavras que nada dizem exceto “compre”
planejamento de futuros em qüinquênios

nesse maldito tempo de procura de motivos para existir
fora de si
entre o desejo e o tédio
só um lugar é sagrado: o agora
só um som é válido: o silêncio

(é preciso ver os milagres
os pequenos e próximos)

(Fabio Rocha)

Janis Joplin

Ouça

Walt Whitman – Canção de Mim Mesmo

Posted: 19 Mar 2012 11:15 AM PDT

Canção de Mim Mesmo – Walt Whitman

EU CELEBRO a mim mesmo,
E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a você.

Vadio e convido minha alma,
Me deito e vadio à vontade …. observando uma lâmina de grama do verão.

Casas e quartos se enchem de perfumes …. as estantes estão entulhadas de perfumes,
Respiro o aroma eu mesmo, e gosto e o reconheço,
Sua destilação poderia me intoxicar também, mas não deixo.

A atmosfera não é nenhum perfume …. não tem gosto de destilação …. é inodoro,
É pra minha boca apenas e pra sempre …. estou apaixonado por ela,
Vou até a margem junto à mata sem disfarces e pelado,
Louco pra que ela faça contato comigo.

A fumaça de minha própria respiração,
Ecos, ondulações, zunzuns e sussurros …. raiz de amaranto, fio de seda, forquilha e videira,
Minha respiração minha inspiração …. a batida do meu coração …. passagem de sangue e ar por meus pulmões,
O aroma das folhas verdes e das folhas secas, da praia e das rochas marinhas de cores escuras, e do feno na tulha,
O som das palavras bafejadas por minha voz …. palavras disparadas nos redemoinhos do vento,
Uns beijos de leve …. alguns agarros …. o afago dos braços,
Jogo de luz e sombra nas árvores enquanto oscilam seus galhos sutis,
Delícia de estar só ou no agito das ruas, ou pelos campos e encostas de colina,
Sensação de bem-estar …. apito do meio-dia …. a canção de mim mesmo se erguendo da cama e cruzando com o sol.

(Walt Whitman – Canção de Mim Mesmo)

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William Shakespeare – Soneto 19

Posted: 19 Mar 2012 10:54 AM PDT

Soneto 19 – William Shakespeare

Tempo voraz, corta as garras do leão,
E faze a terra devorar sua doce prole;
Arranca os dentes afiados da feroz mandíbula do tigre,
E queima a eterna fênix em seu sangue;
Alegra e entristece as estações enquanto corres,
E ao vasto mundo e todos os seus gozos passageiros,
Faze aquilo que quiseres, Tempo fugaz;
Mas proíbo-te um crime ainda mais hediondo:
Ah, não marques com tuas horas a bela fronte do meu amor,
Nem traces ali as linhas com tua arcaica pena;
Permite que ele siga teu curso, imaculado,
Levado pela beleza que a todos sustém.
Embora sejas mau, velho Tempo, e apesar de teus erros,
Meu amor permanecerá jovem em meus versos.

(William Shakespeare – Tradução de THEREZA CHRISTINA MOTTA)

william shakespeare

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Amor trigonométrico no rio Sena

Posted: 19 Mar 2012 10:26 AM PDT

a cena: a musa
acena se o seno
é cateto sobre hipotenusa

(Fabio Rocha)

Canção de Outono – Mario Quintana

Posted: 19 Mar 2012 06:20 AM PDT

Canção de Outono

outono

O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida…

Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo…

Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma…
Mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte nenhuma!

Mario Quintana )
(Poema publicado originalmente no livro Canções, retirado de Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 131) – contribuição de Sonia Regina Villarinho

mario quintana

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