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sexta-feira, 9 de março de 2012

Sinopse do filme iraniano ; Uma Separação

Fwd: Sinopse do filme iraniano "Uma Separação "- Sam Cyrus

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Jordana Araújo <jordana.araujo@bahai.org.br>


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Uma separação
Sam Cyrous é graduado e mestre em Psicologia, membro do movimento TEDx em Goiânia, e integrante do GT da Paz da Prefeitura Municipal de Goiânia

O filme A Separação (Farhadi, 2011), que ganhou há uns dias o Oscar de melhor filme em língua estrangeira, aborda a questão de um casal cuja esposa (Simin) deseja emigrar para dar melhores condições à filha e cujo marido (Nader) não quer abandonar o país por causa do pai que sofre da degenerativa doença de Alzheimer. Até aí um filme normal, não fossem os excelentes atores e equipe do país da Revolução Islâmica, quebrando mitos sobre o Irã.
O filme retrata uma típica mulher iraniana moderna, maquiada, de cabelo pintado, dona do seu nariz (Simin) que age conforme a sua consciência pelo bem daqueles que mais ama, ao mesmo tempo que nos traz um homem que não é só a barba e a raiva que os jornais traspassam, mas um homem (Nader) que ri e brinca, que respeita às mulheres, que se preocupa, que não sabe o que fazer, que se frustra, que chora. Ele nos traz também personagens comuns que não conseguimos nem amar nem odiar, porque são pessoas como nós, tentando viver apesar das dificuldades, do desemprego, da crise econômica, da saúde. Pessoas como Razieh que tomam decisões certas e erradas ao mesmo tempo. Este é um dos encantos do filme: ele toca em nós e faz-nos pensar nas nossas decisões, mas ele vem de outra cultura, de um outro mundo que desconhecemos.
A Separação de Nader de Simin (título original persa) mostra o lado bom da milenar arte persa do tárof, no qual todo persa é educado para ser extremamente cortês em todas as circunstâncias. Isso se vê quando o Nader expulsa de sua casa pela primeira vez a empregada contratada para tomar conta do seu pai: ele diz palavras como “por favor” ou até pede desculpas por lhe tocar… Isso se vê até nas ofensas mútuas, quando se atinge ao grau máximo de chamarem um ao outro de “deshonrado” e “mal-educado” ou, pior ainda, “mentiroso” quando a pessoa jura pela alma do Imám Oculto, o Prometido esperado pelos xiitas.
O filme nos traz também outra separação: aquela dos persa com os árabes, quando por exemplo Nader estudando com a filha diz que determinada palavra é árabe e não importa quem tenha dito que ela pode ser utilizada naquele contexto, pois “errado é errado, não importa quem o diz”. E se temos uma separação há uniões: o próprio Nader usa no início do filme um pouco de inglês no meio do seu persa, e Simin quer sair para outro país que acabou de lhes conceder um visto. A união ao ocidente é algo que deve ter encantado também à Academia de Hollywood, dando um Oscar que também tem muito de político, às vésperas de outro momento eleitoral que ainda pode ter muito de conturbado, não fosse o fantasma do Regime um dos personagens mais presentes no filme.
Talvez a Academia devesse ter indicado o fantasma do Regime Islâmico do Irã, para o Oscar de melhor Ator Coadjuvante. Lá estava ele no tribunal que diz que os temas da esposa “são pequenos”, lá estava ele no medo das mulheres em andar de cabelo destapado, lá estava ele em colocar em causa o que uma mulher dizia — ao dar a voz a alguém dizendo “porquê sair?” do Irã —, lá estava ele no desemprego, no caos da cidade, no hospital e no tribunal, lá estava ele no medo de uma “enfermeira” que não sabia se poderia trocar as calças de um paciente homem com alzheimer que perdera o controle e se sujara (e que teve que telefonar a alguém para saber se seria errado ou não trocar as calças).
Mas Farhadi, o diretor, conseguiu também uma outra separação. Simin, que será talvez descendente simbólico de heroínas que há dois séculos tiraram o véu opressor do estado, assume-se como a verdadeira heroína desta história: importa-se com a verdade e a honra, ao mesmo tempo que se importa com o bem-estar de amigos e supostos inimigos.
Uma Separação (como foi traduzido no inglês) mostra que qualquer iraniano é capaz de, apesar de viver no Irã, ser digno dos mais nobres atos. A separação separa, na verdade, a opressão estatal da liberdade das pessoas. Mesmo no Irã que analistas internacionais tentam entender, existem pessoas justas, e de boa índole, que nada têm a ver com o seu governo. A separação mostra isso, sem mostrá-lo!

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Uma linda sinopse, mostrando que no Irã  também existem pessoas normais, boas, justas , que contribuem para a melhoria da sociedade.
Grata a Cyrus por esta analise.... SôniaSinopse do filme iraninao,Uma sepaarção
Publicando nos Blogs e repassando para Redes. Sônia

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